sexta-feira, 14 de outubro de 2011

16 DE OUTUBRO – DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO COMER BEM PARA VIVER MELHOR

Nos últimos anos, o prazer de comer passou a ser associado à culpa. Não precisa ser assim. Novos estudos mostram as virtudes de dietas simples e saborosas que fazem bem à saúde e ao planeta.
Os Gregos antigos tinham razão. Hipócrates, o Pai da Medicina, notou 400 anos antes de Cristo que a escolha dos alimentos certos para o ser humano era o resultado da sabedoria acumulada ao longo das gerações. Dois milênios e meio depois, o ser humano entende cada vez melhor que a boa alimentação é um excelente método de medicina preventiva. Graças ao avanço da ciência da nutrição, descobrimos as substâncias benéficas e maléficas nos alimentos. Entendemos melhor do que nunca o que se deve comer para viver mais e melhor.
E as pesquisas recentes levam a uma conclusão surpreendente, que faria Hipócrates sorrir: nas dietas tradicionais, criadas séculos atrás por diferentes povos em todos os cantos do planeta, estão muitos dos alimentos indispensáveis para uma dieta saudável. Uma dieta que pode e deve ser seguida sem a culpa que lhe foi dada nos últimos anos por uma série de estudos que parecem nos proibir de tudo o que é saboroso.
Os estudos não devem ser ignorados, eles alertam, por exemplo, para os danos a saúde provocada por muitas substâncias adicionadas aos alimentos industrializados, mas estes não devem ser vistos isoladamente como uma forma de repressão alimentar, ou seja, não podemos simplesmente dizer que não comam esses alimentos, mas devemos oportunizar o conhecimento de outras fontes alimentares saudáveis.
Entre as dietas capazes de conciliar saúde e prazer, a mais conhecida é a mediterrânea. Estudos relacionam os alimentos consumidos tradicionalmente em países como a Grécia, Espanha e Itália à redução de doenças crônicas. Nesta dieta destacam-se a ingestão de azeite de oliva, castanhas e o consumo moderado do vinho.
Outro estudo realizado na Itália, no período entre 1966 e 2008 concluiu que a dieta mediterrânea está associada a uma redução de 9% na mortalidade geral e na mortalidade por doenças do coração, uma diminuição de 6% na incidência de câncer  e de 13% na incidência da doença de Parkinson e Alzheimer.
A dieta mediterrânea, porém, não é a única capaz de garantir uma alimentação saudável sem culpa. Os estudos mais recentes demonstram os benefícios de costumes de japoneses, indianos e brasileiros à mesa. Qualidades importantes destas dietas são a abundância e a variedade de legumes e verduras e a ausência de alimentos industrializados. O mais importante da dieta brasileira é que ela nos ensina a respeitar uma proporção adequada dos alimentos no prato e incentiva o consumo de frutas.
As tradições a mesa deram lugar a uma alimentação globalizada não necessariamente ideal. A predominância cada vez maior da dieta americana é perigosa. Nesse tipo de dieta, 65% das calorias ingeridas vêm de três fontes: açúcar refinado, farinha refinada e óleos. Além de não fornecerem nutrientes e vitaminas vitais, esses ingredientes levam à obesidade, considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das ameaças mais graves a saúde, pois a obesidade é o ponto comum de doenças como diabetes, câncer, doenças do coração e Alzhemeir. Mudar hábitos alimentares não só reduziria os custos com o tratamento de doenças, mas melhoraria também a qualidade de vida das pessoas.
MELISSA LENZ FROEHLICH
Nutricionista do CAPA – Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor
Especialista em Nutriçao Clínica: Fundamentos Metabólicos e Nutricionais.

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