quarta-feira, 4 de maio de 2011

PLANTAS CONDIMENTARES, ELAS TEMPERAM E CURAM.

     Com a atual modernidade da indústria alimentícia, aliado a praticidade e a “falta de tempo” em preparar os alimentos, surgem os temperos/saches prontos. Produtos de composição altamente química e sem nenhum valor nutricional, fornecendo riscos à saúde. As pessoas perderam o hábito ou ainda podemos dizer o costume de usar temperos antes cultivados em suas pequenas hortas ou vasos.
De fácil cultivo, plantas que normalmente usamos só como tempero, são uma contribuição para a nossa saúde. Pequenas doses diárias fornecem vitaminas e sais minerais para aumentar o valor nutricional dos alimentos. Muitos temperos não têm utilidade só na cozinha, as plantas condimentares também têm propriedades capazes de amenizar problemas leves.

n           ALECRIM Rosmarinus officinalis: na culinária para temperar molhos de saladas, carnes, frangos, peixes, vinhos e vinagres condimentares. Na saúde melhora a circulação sanguínea, auxilia no processo digestivo e externamente combate a caspa.
n  CANELA Cinnamomum zeylanicum: na culinária em pau é utilizada para compotas e outros doces caseiros; em pó é polvilhado sobre arroz doce, mingau, biscoitos. Em pratos salgados é recomendada, em pau nas sopas de carne ou de frango; em pó, sobre presunto, bacon e carne assada. Na saúde estimulante, problemas estomacais leves (tipo queimação e azia), afrodisíacas e anti-sépticas.
n   CEBOLINHA Allium SP: na culinária as folhas picadas são usadas para temperar saladas, maioneses, sopas, omeletes e molhos em geral. Na saúde: é riquíssima em vitamina C, contribuindo para o aumento da imunidade, problemas estomacais leves ( tipo má digestão, e azia), problema cutâneo como acne.
n  ENDRO Anethum graveolens: na culinária: as sementes e as folhas frescas são utilizadas para temperar ovos, conservas, frangos, carnes, embutidos (lingüiças e salames) batatas e sanduíches. Na saúde: combate problemas digestivos incluindo indigestão, cólicas e flatulência (gases).
n  ERVA-DOCE Pimpinella: na culinária as sementes são usadas em panificação, pastelaria, balas, compotas, sanduíches, sopa e em pratos a base de peixe. As folhas são usadas em saladas e molhos de peixes e em sucos.  Na saúde tosse leve tipo alérgica, indigestão, gases, cólica. É muito utilizada também em cremes, cosméticos, sabonetes e xampu, devido sua ação relaxante e calmante.
n  FUNCHO Foeniculum vulgare: na  culinária  balas, em compotas, bolos,  bolachas e sucos(folhas). Pode ser usada em alguns molhos do tipo agridoce. Na saúde: cólica intestinal, externamente em gargarejos, nas irritações leves da garganta e gengivas.
n  HORTELÃ Mentha SP: na culinária  as folhas  frescas podem ser incluídas em bebidas geladas, saladas-de-frutas e para aromatizar licores.  Na saúde ação digestiva, em resfriados auxilia na recuperação e ajuda em casos de intestino preso (constipação).
n  LIMÃO Citrus SP: na culinária o suco é utilizado em limonadas e outras bebidas alcoólicas em molhos para saladas e em marmeladas. A casca também é empregada em doces e bolos. Na saúde tem ação digestiva, depurativo (limpa) do sangue, cicatrizante, anti-séptico, combate males da garganta e resfriados.
nMANJERICÃO Ocimum sp : na culinária em molhos, omeletes, galinhada, carreteiro, ensopados de carnes, peixes e frangos, Pão temperado, bolachas  salgadas sal temperado e saladas. Na saúde: contra gases intestinais, estimulante do organismo e ação digestiva.
n  MANJERONA E ORÉGANO origanum sp: na culinária temperar feijão, molhos, sopas, embutidos, bolachas salgada, pizzas, carnes e molhos em geral. Na saúde: cólicas intestinais, problemas estomacais leves e insônia.
n  MELISSA Melissa officinalis: na culinária as folhas frescas dão um sabor alimonado em saladas, sopas, molhos, vinagres de ervas, saladas de fruta, sucos  e em peixes. Na saúde: em casos de má digestão associada a tensão nervosa, ansiedade, dores de cabeça por tensão e insônia.
n  PIMENTA Capsicum spp: na culinária  as pimentas são preparadas em forma de picles, com vinagre, sal e às vezes um pouco de óleo. Utiliza-se o molho para apimentar molhos de peixes, frango e carne ensopada. Algumas pessoas usam para temperar carnes e embutidos. Na saúde auxilia na digestão, ativa a circulação sanguínea, reduz colesterol. Quem sofre de hemorróidas não deve consumir este tempero.
n  SALSA Petroselinum crispum: na culinária serve para temperar molhos, manteigas, saladas, sopas, omeletes, biscoitos e pães. Na saúde indigestão, cólica e dores articulares externamente.

Produção de mel diversifica rendimentos

Vale do Sol/RS 16/02/2011  

 - O prédio do Centro Administrativo de Vale do Sol tornou-se local de referência para a comunidade local e os produtores conhecerem a criação de abelhas sem ferrão para a produção de mel como uma alternativa de renda. O CAPA/Núcleo Santa Cruz, por meio do engenheiro agrônomo Luiz Rogério Boemeke, levou ao município a espécie Tetragonisca angustula, cujo o nome popular é jataí. Boemeke instalou duas caixas com o inseto na sacada da prefeitura para demonstração e divulgação.
Desde a sua colocação, já foi retirado 1,5 quilo de mel dos recipientes. "Se o clima continuar como está, fazendo calor, as jataís devem produzir ainda mais", afirmou o agrônomo. De acordo com ele, a atividade possibilita a diversificação e pode ser integrada a plantios florestais, de frutas e de culturas alimentares, além de contribuir com o aumento da produção agrícola.
Os enxames têm, em média, 5 mil indivíduos. O mel dessa espécie é um dos mais apreciados entre todas as abelhas sem ferrão.
 Texto: Clarice Pacheco
Foto: Arquivo CAPA

Manejo de árvores frutíferas

 Olá caros leitores.Estou mais uma ocupando este espaço para compartilhar informações e dicas importantes a respeito da agricultura.
Estamos no período do inverno, momento em que muitas atividades começam a ser planejadas ou executadas na produção agropecuária. É o preparo do solo para o plantio do milho e feijão e também a estação mais apropriada para realizar atividades nos pomares.
Devido a importância deste manejo a ser realizado nas árvores frutíferas nesta época que estamos é que passo a descrever sobre algumas praticas com o objetivo de melhorar a produção dos pomares.
A poda tem como objetivo remover galhos secos, galhos que estão sobrepostos ou no centro da planta e que tem apenas crescimento para o alto e não produz frutas. Os galhos a serem cortados são identificados pelas características de crescimento vertical e no centro da copa da planta. A permanência deles irá ocasionar um sombreamento excessivo dentro da copa da frutífera.
A incidência de raios solares no interior da copa das árvores frutíferas favorece a formação de frutas com qualidade em aspectos visuais e de sabor. O sombreamento excessivo favorece o desenvolvimento de doenças, musgos e liquens no tronco da planta.
De maneira geral este tipo de poda é feito nas árvores de frutas cítricas (laranjas e bergamotas.
Em outras espécies como o pessegueiro, ameixeira, e figueira além da poda para a eliminação dos ramos posicionados verticalmente ainda se faz a eliminação de galhos menores que estão posicionados verticalmente para cima. No caso da figueira e videira deve-se fazer uma poda curta, ou seja, aquele ramo que cresceu no último ano deve ser podado curto, deixando de uma a duas gemas (olho) onde sairá um novo broto e produzirá na próxima safra.
Associada a poda atividade a ser realizada nos meses de inverno é a adubação dos pomares. Esta adubação deve ser feita por meio da aplicação de esterco curtido ou fermentado, de preferência esterco bovino, distribuída num raio de dois a três metros ao redor da planta. Após a distribuição fazer uma leve incorporação do esterco no solo (misturar o esterco com o solo). Para plantas novas esta prática é ainda mais importante.
Ainda menciono que estamos na época mais apropriada para o plantio de mudas de frutíferas. Se você ainda não tem ou pensa em ampliar seu pomar então, mãos a obra e escolher um local protegido dos ventos frios e que tenha uma boa incidência solar, preparar as covas com uma boa adubação e adquirir mudas de boa qualidade.
Nestes meses frios do ano dediquemos algumas horas para trabalhar no pomar, fazendo uma poda, colocando adubo ou plantando mais árvores. E nem mencionei o plantio de adubos verdes no pomar. Enfim, este tema já foi abordado em outro momento.

O planejamento da propriedade em relação ao ambiente


Neste espaço, caro leitor, vou escrever sobre algumas observações e reflexões que tenho feito a respeito da organização de uma propriedade ou mesmo no planejamento de uma cidade em relação ao sol e direção dos ventos.
Pergunto: Em quantos lados da sua casa ocorre incidência direta dos raios solares ao longo do dia e nas diferentes estações do ano?
Faço esta pergunta e informo que na casa onde moro, durante o período do verão, o sol incide em todos os lados, mas no inverno o lado Sul permanece sombreado pela casa. Com isto quero chegar ao seguinte aspecto relacionado ao posicionamento das construções: se construirmos as casas ou galpões posicionando os quatro cantos sobre os Pontos Cardeais, ou seja, um canto para o Norte, um para o Sul, o outro para o Leste e o outro para Oeste e, com este procedimento vamos ter a incidência do sol durante todo ano em todos os lados das construções durante o dia.
Aqui no sul este aspecto é importante principalmente no inverno, pois com poucas horas de sol e áreas sombreadas há a formação de regiões com acúmulo excessivo de umidade. No meio rural este aspecto talvez não seja tão significativo assim, mas imaginem se as ruas das cidades fossem planejadas neste sentido, consequentemente as casas construídas de maneira normal e como o terreno, estando com os cantos orientados no sentido dos Pontos Cardeais, as residências seriam menos úmidas e com isto haveria menos problemas de saúde, lembrando que o excesso de umidade no ambiente é favorável ao desenvolvimento de doenças respiratórias. Alem disso o sol exerce uma função muito importante no controle de fungos e outros organismos que causam problemas tanto a saúde humana quanto nas plantas.
Ainda falando da importância do sol passo a mencionar alguns cuidados na hora de preparar uma lavoura ou fazer o plantio de um pomar. Você já deve ter ouvido falar que o melhor sol é o da manhã. No dia-a-dia não levamos em consideração esta informação. Colocamos o pomar no espaço mais próximo da casa ou onde a terra é de difícil manejo para outras culturas.
Desta forma o pomar deve ser instalado em local protegido dos ventos frios e em área onde pegue o sol da manhã. Com isto os problemas de doenças são reduzidos porque não se forma um ambiente favorável aos organismos causadores de moléstias. Também, para melhorar os rendimentos das culturas de inverno convêm priorizar as parcelas onde ocorre maior incidência solar naquela época do ano.
Outro aspecto importante a ser observado é a incidência de ventos. Ventos fortes causam grandes estragos, mas não nos damos conta da brisa diária que também interfere no ambiente. Esta brisa exerce grande influência sobre a disponibilidade de água para as plantas. O vento acelera o processo de evaporação de água (os melhores dias para secar roupa são os com vento). Em períodos de estiagem quanto menos água for evaporada maior será o tempo em que as plantas resistirão.
A redução do efeito dos ventos pode ser feita por meio da implantação de barreiras de quebra ventos com árvores. Estas barreiras além de proteger as lavouras da ação dos ventos pode ser uma fonte de alimentos (frutas), energia para a propriedade (lenha) e abrigo para animais silvestres.
Observar a natureza e seu comportamento é muito importante. A partir dela podemos obter informações para a prática de uma agricultura mais sustentável.
Lauderson Holz
Engenheiro Agrônomo do CAPA
Núcleo Santa Cruz do Sul, Extensão Vale do Taquari

Lua e agricultura

Caros leitores, mais uma vez estou aqui compartilhando com vocês temas relacionados à agricultura.
Nesta edição escrevo sobre algumas influências que a Lua exerce sobre a terra o como podemos aproveitar isto na agricultura.
Muitos já devem ter ouvido a expressões: “A lua não está favorável ao plantio”, “lua crescente plantar o que produz acima do chão e depois da cheia o que produz dentro da terra” ou então: “eu planto na terra e não na lua. O quê a lua tem haver com o dia de plantio?”.
A influência da lua sobre a vida na terra é comprovada e vivida por todo planeta. Talvez a espécie humana seja a que menos percebe e sente estas forças atuando. Afastamo-nos muito da natureza!  Temos a natureza, os recursos naturais como coisas a serem dominadas e exploradas e assim não percebemos estas sutis atuações das forças lunares.
Quando olhamos para o calendário anual, dividido em 12 meses e ao procurarmos a origem da palavra “mês”, verificamos que ela deriva (surge) do latim “mensis” que por sua vez deriva do grego e quer dizer Lua. Logo, a cada lua cheia se passa o período de um mês. Os sete dias da semana os intervalos entre uma fase e outra da lua (Cheia, Minguante, Nova, Crescente). Este período corresponde a 29,53059 dias. Hoje temos meses com 30 e 31 dias e o mês de fevereiro com 28 ou 29 em anos bissextos. Não seguimos exatamente os ciclos lunares para marcar o tempo. Foram feitos ajustes ao longo do tempo até chegarmos ao calendário que temos hoje.
A maior luminosidade no período de lua cheia proporciona um acréscimo no crescimento das plantas se comparado ao período de lua minguante e nova. Isto ocorre devido ao aumento da taxa de fotossíntese. Outro aspecto está relacionado à força da fase de lua cheia e a sua luminosidade sobre a germinação de sementes.
Fenômeno mais observado pelos agricultores é a maior ou menor circulação de seiva nas plantas. Do período que compreende do quarto crescente, passando pela cheia até o quarto minguante é quando há maior concentração e circulação de seiva na parte aérea das plantas. Do quarto minguante, passando pela lua nova até o quarto crescente é o período em que a seiva se concentra nas raízes.
No dia a dia, estas informações são uteis em duas situações: uma para corte de madeira para construções ou tabuas e outra no corte de madeira para uso como lenha.
No primeiro caso, quando do uso da madeira para construções ou tabuas, o objetivo é a maior resistência e a ausência de bichos (cupins, e outros insetos). Esta madeira é obtida quando a árvore é cortada no período em que tem pouca seiva na parte aérea, isto é, no período da lua minguante e se possível ainda nos meses sem erre (maio, junho, julho e agosto). A menor circulação de seiva reduz o teor de açucares e outros nutrientes (alimento dos insetos) na madeira e os espaços porosos da madeira são menores. Com isto há menos alimento para os “bichos” e maior resistência.
Quando o objetivo é a lenha se deseja maior espaço poroso e isto é obtido cortando a árvore no período de lua crescente até o inicio da minguante. Neste período há máxima circulação de seiva e ao secar esta seiva fica espaços porosos que são ocupados pelo ar, o combustível fundamental para boa queima da lenha e produção de calor.
Alem do corte de madeira tem a poda de árvores ou cana de açúcar de acordo com a fase da lua e tantas outras coisas mais, como o período mais favorável para colocar ovos numa choca para maior percentual de nascimento é o período de lua crescente.
Existe um calendário agrícola que indica os períodos mais favoráveis para semear ou manejar as diferentes culturas. Este calendário está disponível na sede do CAPA, em Santa Cruz.
Para quem quiser aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre as influencias da lua na terra recomendo que leia o livro: La Luna: El sol nocturno em los trópicos y su influencia en la agricultura, de Jairo Restrepo Rivera.
Então a expressão: plantar de acordo com a fase da lua é verdadeira. O plantio é na terra, mas de olho na fase da lua!

Lauderson Holz
Engenheiro Agrônomo do CAPA
Extensão Vale do Taquari